quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Práticas Complementares Multidisciplinares no Sus

Em 2006, o Ministro da Saúde reconhece as terapias complementares como prática médica e incentiva o uso das mesmas no SUS ( Sistema Único de Saúde).O Termalismo foi incluído como prática complementar e o que temos percebido desde de 2006 é que está havendo um crescimento e um aumento destas atividades no SUS.No relatório de Minas Gerais não há informação sobre atendimentos em Termalismo, em Minas Gerias apesar de sabermos que há atividades em Poços de Caldas, São Lourenço e Caxambu e outras cidades de Minas Gerais, porém não pelo Sus.Trabalhei durante um ano pelo Sus em Caxambu e não foi enviado relatório de atendimentos e também os balneários das Estâncias não solicitam assinaturas dos usuários para recolher informações sobre atendimentos. Nos relatórios apresentados ao Estado de Minas Gerais após coleta de dados e diagnóstico da situação da utilização das terapias complementares no Sus, percebemos que há um crescimento da utilização das mesmas no Sus porém não acompanhado de uma coordenação e supervisão destas atividades para cuidar e minimizar conflitos e diminuir o impacto da implantação destas terapias no Sus.Além disto as práticas são implantadas sem contratação de profissionais e as atividades ocorrem geralmente de forma não oficial.Para organizar a implantação destas atividades no Sus de forma adequada, o governo de Minas Gerais elaborou uma Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares.
Estão sendo organizadas equipes de estudo e trabalho para conduzir diretrizes que possibilitem um melhor entendimento entre os funcionários e usuários do Sus em relação a chegada destes novos conhecimentos e filosofias distintas convivendo em uma mesma cidade.
Dentre os textos relatados em seminários que ocorreram em outros municípios sobre o tema, aquele que mais me surpreendeu pela clareza do coordenador dos trabalhos em relação a condução da implantação das terapias complementares no Sus em uma cidade no Espírito Santo, foi o comentário do médico e coordenador, Dr. Carlos Alberto Fiorot sobre o desafio que temos na atualidade,ou seja, encontrar soluções e uma linguagem comum em trabalhos de equipe, na intenção de estabelecer um novo paradigma em relação a saúde em nosso país, dentro de uma realidade brasileira multicultural e que ainda pretende incluir no sistema público, terapias tão diversificadas,como a chinesa (Medicina Chinesa), indiana ( Medicina Ayurvedica) alemã (homeopatia e antroposofia), japonesa (Shiatsu), greco-romana (Termalismo) - uma Torre de Babel. Exercício de paciência e tolerância para conviver com as diversidades!Um longo caminho pela frente com muita habilidade e compreensão:

" Tenho comigo a convicção sempre presente de que ninguém pode construir um grande projeto sozinho. Aliás, penso mesmo que todas as menções que possamos fazer, por mais cuidadosas, nunca abarcam a todos os que de fato têm importância na elaboração, na construção e na evolução das grandes idéias, principalmente as materializadas de alguma forma. Perdemo-nos em fatos, em momentos históricos distintos, em demarcações geográficas, em atribuições da construção do conhecimentoe das diversas outras formas de colaborações e interseções que são impossíveis de serem todas ponderadas de forma justa. Enfim, a construção é mais coletiva, mais histórica e de mais diversidade intelectual e cultural do que possamos identificar em qualquer processo.
Por isso, tudo o que de bom puder advir deste trabalho e sua aplicação,tem seus méritos divididos e compartilhados com tantas pessoas, tantos momentos históricos, tantos distintos espaços geográficos, tantas gerações civilizatórias ou mesmo tribais, tantos e diversos conhecimentos científicos e culturais, tantas ações políticas, que podemos dizer com segurança que será fruto do desenvolvimento da HUMANIDADE. Por outro lado, isoladamente e sozinhos, podemos cometer erros e até grandes erros,podendo colocar muito a perder. Por isso, os merecidos agradecimentos a todos que caminharam juntos nesta tarefa. Todos ajudaram muito!"( Dr Carlos Alberto Fiorot)

Jaqueline de Moraes Cunha
setembro 2010

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